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Contos Eróticos – Parte Final

Para sexo bastam dois, para o amor, basta a eternidade

Chegou o final de semana e descí sozinho para o litoral. Foram os 100 km mais longos da minha vida. O rádio do carro resolveu ficar em silencio respeitando a minha nostalgia. Eu não queria chorar, mas era impossível. As montanhas ao longe estavam tristes também e o sol brilhava, mas estava escuro. Cheguei à praia, a água estava mais gelada que o normal, o mar estava mais turvo que o normal, a areia estava mais suja que o normal, enfim, me recolhi na minha tristeza e me tranquei no apartamento. Acendí apenas uma vela e fiquei olhando o leve bailar da pequena chama. Estava quase adormecendo quando ouvi a campainha tocar, “…O porra do porteiro enchendo o saco de novo”, pensei. Abri e era o meu primeiro e diferente amor! Ele estava ali na minha frente, ansioso, respirando acelerado como quem acabara de correr… “Seu maluco!”, foi só o que deu tempo de eu dizer. Ele pulou sobre mim, me derrubou no chão, dando só o tempo de eu empurrar a porta com a ponta dos pés. Ele rasgou minha camiseta, eu rasguei a sua, ele me mordeu e doeu, eu lhe dei um tapa, e acho que foi forte, mas ele nem sentiu.

Estava em transe, me beijando, dizendo que eu era um filha da puta, que ele se fudeu quando aceitou fazer o jogo daquelas holandezas, que nada mais tinha sentido, e que era eu, somente eu que ele queria. Ele tirou o resto da roupa e me pediu que lhe comesse de um jeito que nunca vou esquecer. Eu ia enfiando o meu pau bem devagar. Meu pau estava enorme, muito duro, feliz também e até chorava aquele líquido transparente na ponta de forma anormal, e latejava como se já fosse gozar. Ele gemia deliciosamente a cada estocada minha, eu deitado sobre as suas costas e lhe falando coisas no ouvido. Não queria mais bucetas, só aquele cuzinho rosado me satisfazia, somente aquele corpo e pau pertencia ao meu futuro. Eu abria mão de tudo para tê-lo assim, se enrroscando comigo, querendo fundir-se num só. Explodí num gozo demorado e fiquei deitado sobre ele com o coração meio que prensado, sem espaço para bater acelerado como estava. Fomos para a cama e dormimos abraçados, e no meio da noite começamos tudo outra vez, alternando as posições sem ordem nenhuma. Não precisamos falar mais nada, estava escrito em nossas expressões que estávamos comprometidos um com o outro.

Nem fomos surfar no domingo, o mar estava à léguas de distância, muito, muito longe, as pranchas estavam quietas, conformadas na área de serviço e até pareceram desbotadas e sem sentido. As únicas ondas que nos interessavam eram as dos nossos corpos. Não esquecerei nunca do cheiro que eles exalavam, a testosterona jorravam em abundância pelas nossas carnes, veias e poros. Nossos sacos estavam visosos, eram lindos! Os beijávamos como por agradecer-lhes tanta energia e esperma que nos liberava. Chegávamos a gozar sobre o outro e espalhar a porra sobre nossos corpos e nos beijar inteiramente. Eu sempre havia achado a porra com o mesmo cheiro de detergente, mas não naqueles momentos. Ela era perfumada e dava até para sorvê-la como se alimento fosse. Tudo era cheiro e deciframos que o amor tem cheiro, justamente o cheiro de quem amamos. Aquela felicidade se deu naquele ano todo. Estudávamos juntos, surfávamos juntos, tomávamos banho e dormíamos juntos nos finais de semana na praia. Ninguém desconfiava, e nem sonhava que existia aquele ardente sentimento entre aqueles dois belos machos. Mas o destino resolveu pregar outra peça. Primeiro não queria que fóssemos apenas amigos e nos deu um sentimento forte, verdadeiro, proibido, complicado, e resolveu dificultar ainda mais.

Estávamos na reta final na preparação para o vestibular, quando numa fatídica quarta-feira, o meu amor apareceu triste, de olhos vermelhos e me pediu que não entrássemos no cursinho. Ele queria me contar algo e fomos dar uma volta de carro. Falou que seu pai havia recebido uma proposta irrecusável para trabalhar numa empresa no interior da Alemanha, perto de onde eles teriam parentes, e eles todos teriam que ir juntos. Já havia até trabalho para ele também na mesma empresa e os salários eram em dólar. O chão se abriu e eu fiquei sem saber o que dizer ou fazer. Havíamos feito a promessa de cursarmos a mesma faculdade, seguir a mesma profissão, antes mesmo de termos nos descoberto amantes. Filha da puta de ironia do destino! Já estava tudo decidido e iriam logo depois das festas de final de ano. Eu não poderia ir, apesar da insistência dele, pois meu pai tinha uma empresa com funcionários onde eu tinha o compromisso moral de dar continuidade, como o faço até hoje. Se pelo menos tivesse tido um irmão… Eu fiz o vestibular e logicamente não passei, estava abalado, não queria saber de mais nada e queria morrer p/ valer. Na última semana antes dele partir, fomos para o apartamento da praia e nos comemos o tempo inteiro. Nossos cacetes estavam inchados e não queriam se desconectar, ficavam duros na primeira palavra, no primeiro sorriso, ao primeiro toque e cheguei a gozar sem mesmo por as mãos no pau enquanto ele me penetrava fortemente com aquele pau soberbo. Sua gozada era abundante e chegava a escorrer por entre as minhas pernas, escaldando os pêlos que encontrava pelo caminho, e ele passava a mão com carinho, como parte sua que passeou por dentro de mim mais fundo, e chorávamos feito duas crianças perdidas. Era uma dor cruel e nunca vou esquecê-la.

Ele se foi e voltei a fazer vestibular no meio do ano e passei. Ia sozinho surfar e falava com ele como se estivesse ao meu lado em sua prancha. A dele ficou comigo, mas nunca mais eu deixei a minha ao lado. Elas ficavam separadas e eu apenas a olhava à distância, com desprezo. As cartas eram semanais e nunca podíamos nos abrir inteiramente nelas por questão de segurança. Nossos pais não deveriam saber desse sentimento. Era só nosso. Eu voltei a sair com garotas e levava algumas à praia comigo, mas nada me satisfazia. Eu abominava a idéia de me relacionar com outro homem, não sentia esse desejo. Eu queria o meu amigo e amante de volta. Assim passaram-se dois anos e resolví visitá-lo usando minhas economias que havia juntado para trocar de carro. Apesar dos protestos dos meus pais, eu fui, como se fosse um grande sonho conhecer a Alemanha e aproveitando que lá eu teria onde ficar. Eram férias dele também, e lá cheguei para a alegria de todos. Ele estava lindo, corado, e com os olhos mais brilhantes e o sorriso mais cheio e com aquelas belas covinhas que se formavam deliciosamente nas bochechas. Ele tinha ficado mais forte e só não o beijei na boca porque seus pais e irmã foram também me receber no aeroporto. Nos limitamos a um forte e contido abraço de dois bons e velhos amigos.

Ficamos no final de semana em sua casa e eu dormindo no quarto de hóspedes. Era uma bela casa e tudo diferente dos nossos padrões da época. Na desculpa de que ele iria me mostar a Alemanha, saimos os dois para viajar. Ele tinha um belo carro e paramos na primeira cidade a uns duzentos quilômetros e nos hospedamos num adorável hotel. Eu não queria ver porra nenuma de montanhas, paisagens, neve, cidades, castelos, progresso. Eu queria aquele corpo conectado ao meu, eu queria sentir tudo aquilo de volta. E ele também. Entramos no quarto do hotel e não sei dizer por quanto tempo nos beijamos. A chama estava viva e mais poderosa. Pedí que ele tirasse as suas roupas mais devagar e ele obedeceu me olhando profundamente nos olhos. As lágrimas escorriam nos meus. Ele estava muito forte, suas pernas tinham engrossado, sua bunda mais carnuda e saliente, seu pau mais adulto, com veias mais grossas, o saco mais rosado e robusto, o peito bem projetado. Era uma visão maravilhora de um belíssimo homem. Ele andou em minha direção com o pau já duraço e levantei da cama e o beijei mais uma vez enquanto suas mãos liberavam as amarras das minhas roupas. Ele se distanciou um pouco e ficou me admirando. Eu havia trabalhado bem o corpo nas febres de academias que pipocavam por Curitiba inteira. Ele se ajoelhou e engoliu o meu pau sugando-o vorazmente até eu deixar o meu leite quente encher-lhe a boca quase sufocando-o. Ele engoliu e com os lábios ainda melados se levantou e me beijou. Meu pau não amoleceu e fomos para a cama e eu enfiei o meu pau ainda gozado naquela bunda carnuda, ainda branquinha, fazendo-o gemer e chorar entre declarações susurradas de amor e saudades. Depois virei para ele e pedí-lhe que me comesse. Ele o fez, carinhosamente, e seu pau foi se agasalhando abrindo o que já nem se lembrava mais que no começo doía, mas depois pedia para não parar. Eles se reconheceram. O meu cú era novamnete daquele pau, agora um pouco mais carnudo e gostoso. Mudávamos de hotel a cada três dias para não dar muita bandeira.

Assim foram vinte dias de cortinas fechadas, lareiras acesas, refeições no quarto e foda-se a neve lá fora, o frio, as belas paisagens. Bastávamos um ao outro. Eu tinha que voltar, mas combinamos de nos encontrarmos em Paris nas próximas férias, já que o Brasil, para a família dele, tinha ficado um pouco mais distante pelas boas condições que eles desfrutavam por lá, com viagens a outros paises em períodos de folgas. Eu tinha a desculpa de ir a um importante congresso ligado à minha área e ligada também às atividades da empresa da família. Asssim aconteceu, apesar do ano demorar a passar. Nos encontramos em Paris e ele estava diferente. O seu sorriso era triste e quase não falava. Fiquei apovorado com a recepção. Estávamos sozinhos novamente e eu com o corpo transbordando de saudades depois de um ano de quase celibato, salvo por algumas bucetas ocasionais e indispensáveis à manutenção da imagem masculina entre os poucos amigos. Fomos para o hotel e no quarto ele me abraçou e chorou compulsivamente. Eu não sabia o que fazer, apenas dizia: “… tudo bem, tudo bem, calma, eu te amo cara, estou aqui com você, são quinze dias só nossos… Não?! Como assim? Você vai voltar daqui a uma semana p/ Alemanha? Eu vou com você então… Não pode?! Porquê??… Por que você está me mostrando essa foto? Quem é essa moça? …Sua noiva?!! Você vai casar? Você a ama? ACHA QUE SIM?!””. Meu Deus… de novo não, eu não mereço… E dasabei. Choramos muito depois de conversarmos, eu o entendi. Era mais culpa minha do que dele. Eu não podia abrir mão de dar continuidade nos negócios do meu pai, que estava velho e o meu amor não poderia abandonar a sua família e emprego onde conquistara uma invejável posição administrativa, e mesmo nós dois não tínhamos pretensões de nos envolvermos com outros homens. Eu o entendia perfeitamente e o perdoei. O destino assim o queria, ele brincava conosco e se deliciava com o nosso sofrimento. Não tínhamos poderes de decisão como os jovens de hoje, tínhamos os laços familiares que nos prendiam, nos culpavam, nos castigavam impiedosamente. Ele precisava casar e tentar ser feliz e a mim, só restava fazer o mesmo.

Os almejados quinze dias na bela Paris se resumiu tristemente a apenas três dias de chôros, de reconforto, de novos chôros e dor, muita dor. Nossos corpos estavam tristes e até queriam dormir separados. Não havia clima e o frio era odioso. A festejada Paris era algo distante apesar de estar em seu seio. Ele saiu pela porta. Aquele belo homem agora iria procriar, deixar na terra as sementes de sua beleza. Não era justo conosco, mas também não era justo com a vida. Não nos prometemos contato, não planejamos nada, só desejamos boa sorte um ao outro. Eu estava vazio, sofrido, zangado e o barulho de Paris me fez largar tudo e antecipar a minha volta. Ao chegar no Brasil, peguei meu velho carro e descí ao litoral. Peguei as duas pranchas e uma grande garrafa de vinho vazia onde enchi com todas as cartas que ele me enviara antes, coloquei uma rolha amarrando-a nas duas pranchas e esperei a maré baixar para liberá-las mar afora, fazendo o enterro simbólico do nosso amor. Nunca mais surfei. Quatro anos depois o meu pai faleceu e tive que assumir de vez a empresa e cuidar de minha mãe. Vendemos o apartamento da praia, não o queria mais. Casei também e tenho três filhos. Amo a minha família e sou feliz. Não tenho mais contato com o meu amigo, sei que ele tem um casal de lindos filhos, e deve ser feliz. Soube que ele esteve no Brasil mostrando o seu País aos seus filhos, mas não nos encontramos por eu estar em viagem com a minha família. Foi um lindo amor, um lindo sonho, um grande e forte sentimento que até hoje, quando estou nervoso por alguma coisa, só de lembrar o meu coração se acalma. É como ouvir uma música dos Beatles, pois eles também fizeram parte de um lindo sonho que acabou, mas a sua trajetória trouxe muitas alegrias a muitos, e deixou doces lembranças.

Conto enviado por: Zeca([email protected])

Obrigado amigo, adorei sua história….

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